Carlos Roberto de Oliveira, conhecido como Roberto Dinamite



Informações pessoais
Nome completo:Carlos Roberto de Oliveira
Data de nascimento: 13 de Abril de 1954 (54 anos)
Local de nascimento: Duque de Caxias, Brasil
Apelido: Dinamite

Informações profissionais

Posição:Atacante

Roberto Dinamite, é tido como maior ídolo do Vasco pelos torcedores, e é considerado o maior goleador da história do clube. É também o jogador com maior número de gols na história do Campeonato Brasileiro (190) e do Campeonato Carioca (279). Considerado pela IFFHS o quinto maior goleador do futebol mundial em campeonatos nacionais de primeira divisão, com 470 gols em 758 jogos.[1]

Como político, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiroe quatro vezes deputado estadual no estado homônimo.

Biografia

nfância e categorias de base

Carlos Roberto de Oliveira nasceu em 13 de Abril de 1954, às 4h25 em São Bento (Duque de Caxias). Logo cedo, Roberto (que naquela época era conhecido pelo apelido de Calu) começou a mostrar intimidade com a bola. Igual a muitas crianças apaixonadas pelo futebol, chegava a dormir com ela nos braços enquanto imaginava as jogadas que faria na próxima partida de várzea. Foi torcedor do Botafogo durante sua infância.

Aos 12 anos, o pequeno Calu já era titular do principal time do bairro, o Esporte Clube São Bento, onde se destacava como artilheiro. Nessas peladas tinha uma característica marcante: era o mais fominha e exigia de seus companheiros que as jogadas de ataque passassem pelos seus pés. Contudo, quando recebia a bola, dificilmente a devolvia.

Apesar do individualismo - era fã de Jairzinho, autor de gols em todas as partidas durante a conquista do tricampeonato mundial no México - já demonstrava toda sua habilidade e precisão nos arremates de curta e longa distâncias. Graças a isso, foi convidado a treinar nas categorias de base do Vasco por Gradim, olheiro do clube, responsável por garimpar jovens talentos nos campos de pelada espalhados pelo subúrbio do Rio de Janeiro. Um mês depois, já estava jogando na equipe juvenil dirigida por Célio de Souza. Em pouco mais de um ano no clube, já anotava mais de 46 gols.

Em um ano de clube, Roberto ganhou 15 quilos, graças a um rigoroso trabalho muscular, tornando-se um dos jovens mais promissores do clube, recebendo constantes elogios de treinadores e dirigentes. No Campeonato Carioca de Juvenis de 1970 foi o artilheiro vascaíno, com 10 gols. Já no mesmo torneio, no ano seguinte, foi mais longe: foi o artilheiro da competição, com 13 gols.

Desta maneira, despertou a atenção do técnico da equipe principal, Mário Travaglini, que o relacionou para a disputa do Brasileirão de 1971. No mesmo ano, já era apontado como a mais nova esperança de gols da equipe.

Surge o Dinamite

Roberto fez sua primeira partida profissional contra o Bahia, no dia 14 de Novembro de 1971, com dezessete anos. O Bahia vencia por 1 a 0 e o treinador Admildo Chirol o colocou no lugar do meio campista Pastoril no intervalo da partida. Mas ainda não era hora do futuro ídolo. O Vasco acabou perdendo o jogo pelo placar de 1 a 0.

Mesmo com a derrota, o Vasco estava classificado para a segunda fase do torneio, onde enfrentaria Atlético Mineiro (que viria a ser o campeão da competição), o Santos de Pelé e o Internacional. Durante a semana que antecedeu o primeiro jogo, contra o Atlético, Roberto se destacou nos treinos e foi escalado como titular para a partida. No dia anterior à partida o Jornal dos Sports colocava em suas manchetes: "Vasco escala garoto-dinamite".

Diferente do que é divulgado, o apelido Dinamite não surgiu depois do jogo contra o Internacional. O apelido foi criação de dois jornalistas do Jornal dos Sports, Eliomário Valente e Aparício Pires, ambos vascaínos, e criado quando Roberto já se destacava nos juvenis.

Naquele jogo contra o Atlético Mineiro, no dia 21 de Novembro, Roberto não foi bem e acabou sendo substituído. Houve uma grande decepção na torcida vascaína, que depositava muitas esperanças nele.

O jogo seguinte ocorreu em 28 de Novembro, uma quinta-feira, contra o Inter, no Maracanã. No segundo tempo, quando o Vasco vencia por 1 a 0, Admildo Chirol tirou Gilson Nunes e colocou Roberto. Na primeira bola que recebeu Roberto driblou quatro jogadores jogando a bola no canto esquerdo, num belo gol, o seu primeiro no time profissional.

No dia seguinte o Jornal dos Sports estampava em letras garrafais a manchete: "GAROTO DINAMITE-EXPLODIU!".

Era o adeus definitivo de Calu, e o surgimento de Roberto Dinamite, que viria a ser considerado por muitos o maior ídolo da história do Vasco, imortalizando a camisa 10.

Começa a história de amor com o Vasco

A partir de então, começou sua longa história de amor com a torcida. O centroavante atuou pelo time profissional do Vasco de 1971 a 1980, quando se transferiu para o Barcelona da Espanha, numa negociação que envolveu muito dinheiro. Voltou ao clube três meses depois, onde ficou até 1989, antes de ser negociado com a Portuguesa. Seis meses depois, Dinamite estava novamente no Vasco, para encerrar sua brilhante carreira, em 1993, aos 39 anos de idade.

Alto e forte, Dinamite usava com muita inteligência seu corpo e dificilmente perdia a bola para um adversário, tornando-se um grande perigo na área inimiga. Ele conseguiu a média de 36 gols por temporada nos 22 anos de carreira - disputou 1.108 partidas. Seu melhor ano foi em 1981, quando deixou por 62 vezes a sua marca, superando o recorde de Zico, o maior ídolo da torcida do rival, o Flamengo, que havia feito 45.

Suas principais características dentro de campo eram o oportunismo, a competência e a sorte. Sabia cobrar faltas como poucos, além de desenvolver, ao longo de sua carreira, a capacidade de chutar com as duas pernas.

Participou da conquista de cinco estaduais - 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992. Em 1974, conquistou o título de campeão brasileiro batendo o Cruzeiro na final por 2 a 1. Apesar de não ter marcado na decisão, Roberto Dinamite foi o artilheiro da competição com 16 gols e maior responsável pelo inédito título.

A frustração em Barcelona

Em 1980, muito assediado por clubes europeus, o Vasco não pôde evitar a transferência de seu melhor atleta para o poderoso Barcelona. O brasileiro substituiria o atacante austríaco Hans Krankl, que, por ter brigado com o treinador Ladislao Kubala, acabou dispensado.

Porém, a passagem de Dinamite pelo clube catalão foi péssima. Muito cobrado pela torcida, insatisfeita com a campanha no Campeonato Espanhol de Futebol do mesmo ano, o centroavante não reeditava suas boas apresentações e não contava com a mesma sorte de antes. Três meses depois de deixar o Rio de Janeiro, tendo marcado apenas três gols na Espanha, Dinamite voltava à Cidade Maravilhosa.

Muito embora tenha assinado com o Flamengo, maior rival do Vasco, o então dirigente Eurico Miranda conseguiu reverter o quadro e trazê-lo de volta para os braços da torcida, que lotou São Januário para saudá-lo.

A volta de Roberto ocorreu num pequeno jogo, contra o Náutico, que o próprio jura não lembrar. Mas o verdadeiro jogo que consolidou sua volta ocorreu no dia 5 de maio de 1980, num jogo Vasco x Corinthians. Antes deste jogo, teve um jogo do Flamengo. A torcida rubro-negra, então, tinha ficado no estádio, secando o Vasco, formando o que foi chamado de "Fla-fiel". 110.000 pessoas presenciaram a nova "explosão" de Roberto, que fez 5 gols e decretou a vitória do Vasco por 5 a 2. Foi a volta triunfal do maior ídolo do clube.

Dinamite vira estrela na Lusa e no Campusca

Em fim de carreira, Roberto recebeu convite para jogar pela Portuguesa. O jogador aceitou o desafio e participou do Brasileirão de 1989 pela equipe do Canindé.

Treinado por Antônio Lopes, Dinamite transformou-se rapidamente na grande estrela da Lusa. O atacante marcou nove gols nos seis meses em São Paulo, que o ajudaram a atingir a histórica marca de 190 gols em torneios nacionais, tornando-se o maior artilheiro da competição.

A campanha da Portuguesa foi boa, e o time paulista terminou na sétima colocação com 20 pontos, apenas seis a menos que o campeão Vasco, fez com que a diretoria tentasse a renovação com Dinamite. Em vão. O artilheiro voltava ao Vasco novamente.

No ano de 1991, Dinamite aceitou outro desafio ao jogar pelo Campo Grande ajudando o Campusca a ficar em 5º lugar no estadual e chegando a liderar o segundo turno do mesmo campeonato. Naquela oportunidade, Roberto teve a companhia de Elói e Cláudio Adão, que, assim como o ídolo vascaíno, estavam em fim de carreira.

Alegrias e tristezas com a canarinha

A seleção brasileira reservou grandes alegrias e decepções a Dinamite. Convocado pela primeira vez em 1975, o atacante esteve presente nas Copas do Mundo de 1978 e 1982, e fez, vestindo a camisa canarinha, o gol mais marcante de sua carreira. "Estava esquecido por toda a imprensa e torcida há mais de 20 dias. Mas, com o gol que fiz contra a Áustria, voltei a ser aclamado como ídolo do povo brasileiro de um dia para o outro. Foi sensacional", confessa.

Em 1982, Roberto foi convocado em cima da hora para disputar o Mundial da Espanha devido à contusão de Careca. Dessa vez, ao contrário de 1978, sua participação ficou restrita aos treinamentos, pois Telê Santana não colocou o craque em nenhuma partida.

Política interna do clube

Roberto Dinamite foi o grande rival político de Eurico Miranda, presidente do Vasco no período 2001-2008, que começou após ter sido expulso da Tribuna de Honra de São Januário, consequencia de ter ido a um programa de televisão alguns dias atrás para denegrir a imagem do clube que o revelou.

Juntamente com o MUV (Movimento Unido Vascaíno, criado em oposição à Eurico), saiu derrotado em duas eleições consecutivas. Porém o último pleito, ocorrido em 2006, foi anulado e remarcado para 2008 pela justiça devido à uma revelia por não pagamento de custas num processo que julgava suposta série de irregularidades no pleito.

No dia 21 de junho de 2008, a chapa pró-Dinamite venceu as eleições para formação do Conselho Deliberativo do Vasco. Esta eleição não teve a participação da Chapa Azul (rival de Dinamite), que questionara a legitimidade do novo pleito.

Na madrugada de 28 de Junho de 2008, numa reunião polêmica e conturbada, o conselho deliberativo elegeu Roberto o novo presidente do clube.

Em apenas seis meses como presidente do clube, Dinamite conseguiu um fato inédito na história do vasco, rebaixando-o para a segunda divisão do campeonato brasileiro.

Hoje em dia Dinamite dá aula de má gestão e incompetência como presidente de um dos maiores clubes do Brasil e aos poucos desmorona todo o histórico de ídolo no Vasco.

Títulos

Clubes
Vasco da Gama

* Campeonato Brasileiro: 1974
* Campeonato brasileiro de seleções estaduais: 1987
* Campeonato Carioca: 1977, 1982, 1987, 1988 e 1992
* Taça Guanabara: 1976, 1977, 1986, 1987, 1990 e 1992
* Taça Rio: 1975, 1977, 1980, 1981, 1984 e 1988
* Copa Rio: 1984, 1988, 1992
* Torneio do Bicentenario dos Estados Unidos: 1976
* Copa Rio Branco: 1976
* Taça Oswaldo Cruz: 1976
* Copa Atlântica: 1976
* Torneio Quadrangular do Rio: 1973
* Copa da cidade de Sevilla (Espanha): 1979
* Torneio Colombino Huelva (Espanha): 1980
* Copa Manauense: 1980
* Troféu da cidade de Funchal (Portugal): 1981
* Copa João Havelange: 1981
* Torneio Verão: 1982
* Troféu Ramon de Carranza: 1987 e 1988
* Copa de Ouro: 1987
* Copa do Rei Pelé: 1991

Pessoais

* Bola de Prata da Revista Placar: 1979, 1981 e 1984
* Artilheiro do Campeonato Brasileiro: 1974 (16 gols) e 1984 (16 gols)
* Artilheiro do Campeonato Carioca: 1978 (19 gols), 1981 (31 gols) e 1985 (12 gols)
* Artilheiro da Copa América: 1983

Estatísticas

* Temporadas em que atuou: 22
* Jogos pelo Vasco: 1.110 (recorde)
* Maior Artilheiro em Campeonatos Brasileiros: 190 gols
* Maior Artilheiro do Campeonato Carioca: 279 gols
* Maior Artilheiro em São Januário: 184 gols
* Primeiro jogo: Vasco 0 a 1 Bahia (Campeonato Brasileiro, 14 de Novembro de 1971, Fonte Nova)
* Primeiro gol: Vasco 2 a 0 Inter-RS (Campeonato Brasileiro, 25 de Novembro de 1971, Maracanã)
* Último jogo: Vasco 0 a 2 Deportivo La Coruña (Espanha) (Amistoso, 24 de Março de 1993, Maracanã)
* Último gol: Vasco 1 a 0 Goytacaz (Campeonato Carioca, 26 de Outubro de 1992, São Januário)

Gols marcados

Categorias de base

* 1970: 10 gols
* 1971: 16 gols
* 1972: 10 gols
* 1973: 10 gols

Total: 46 gols

Em clubes e na seleção

* Vasco da Gama: 708 gols
* Seleção Brasileira: 26 gols
* Barcelona: 3 gols
* Portuguesa: 11 gols
* Amistosos: 36 gols
* Total: 784 gols na carreira

Gol 500

10 de Novembro de 1982 - Vasco 1 x 1 Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca. Uma curiosidade: esse gol foi dedicado à Eurico Miranda, vice-presidente de futebol do Vasco na época. Hoje em dia, no entanto, Eurico e Roberto são rivais declarados na cena política do clube

Política

* Eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro em 1992 pelo PSDB (34.893 votos);
* Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 1994 (68.516 votos);
* Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 1998 (44.993 votos);
* Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 2002, pelo PMDB (53.172 votos);
* Eleito deputado estadual no estado do Rio de Janeiro em 2006, pelo PMDB (49.097 votos);
* Candidato a Presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, em 2003 e 2006.
* Eleito Presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama em 2008

Honrarias
* Cidadão Quissamaense (Município de Quissamã);
* Amigo da Cidade de Duque de Caxias;
* Medalha de Ordem ao Mérito do Policial Militar;
* Cidadão Trirriense (Município de Três Rios);
* Cidadão Bonjesuense (Município de Bom Jesus do Itabapoana);
* Cidadão Cabista (Município de Arraial do Cabo);
* Cidadão Aperibeense (Município de Aperibé);
* Cidadão Cachoeirense (Município de Cachoeiras de Macacu);
* Cidadão Silva-jardinense (Município de Silva Jardim);
* Medalha do Mérito Desportivo, outorgada a ele pelo então presidente da República, José Sarney.

Fotos